terça-feira, 10 de agosto de 2010

EVOCAÇÃO

Não fui menina de tranças,
fui menina de cachos,
que as mãos da mãe modelavam,
dizendo que me amavam.
Não fui menina quietinha,
fui falante, cantante,
artista de teatrinhos, de fundo de quintais,
em tardes dominicais.
Brinquei com boneca de louça
vestida de moça, meu ideal de beleza
que com cuidado guardava
para olhar admirava.
Tive amigos, (pequenos principes),
e planejei com eles, encontro marcado,
(como Fernando Sabino)
mas fomos apartados,
pelo destino.
Dancei ao som de boleros em surdina.
Já não era mais menina.
O rio da minha aldeia,
ainda reune pessoas
no vale do Sapucaí...

Balançando em minha rede,
hoje, aqui,
identificando o passado,
ó espírito das lembranças,
vem me ninar,
para eu dormir!

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